Orixá Nanã História e Características

Orixá Nanã a senhora dos pântanos e da morte, uma figura fascinante do panteão Yoruba, carrega consigo uma rica tapeçaria de mitos, rituais e significados...
Orixá Nanã História e Características
Orixá Nanã História e Características

Nanã, uma das divindades mais antigas do panteão yorubá, representa a sabedoria ancestral e a ligação profunda com a terra. Seu culto é marcado por uma aura de respeito e veneração, pois Nanã é considerada a guardiã da memória e detentora de segredos profundos.

Nanã, também conhecida como Nanan Buruku, é um vodum e orixá associado à sabedoria e aos pântanos, responsável pelos portais de entrada e saída da vida. No jogo do merindilogum, é identificada pelo odu ejilobom e representada no candomblé através do assentamento sagrado ibá de Nanã.

Ela é venerada como a Mãe de Mawu e Lissa na cultura Daomeana, considerada a divindade suprema que impulsionou a existência.

Nanã foi a primeira Iabá, conhecida por sua vaidade, e desprezou seu filho Omolu por nascer com várias doenças de pele. Após abandoná-lo, Iemanjá o acolheu e cuidou dele como sua própria mãe. Em resposta, Oxalá condenou Nanã a ter mais filhos anormais e a expulsou do reino, forçando-a a viver em um pântano sombrio.

Ela é representada com um cajado, o ibiri, e suas roupas lembram sangue. Nanã é associada às águas paradas e é capaz de sacrificar uma cabra sem usar faca. Considerada a mais antiga das divindades, ela desconhece o ferro e representa a raiz que está no centro da terra.

Nanã é temida e respeitada, associada a doenças cancerígenas e protetora dos idosos, desabrigados, doentes e deficientes visuais. Originária de Dassa-Zumé, é uma antiga divindade das águas, cujo culto se estende desde o rio Níger até a região dos nupés, além do rio Volta, nas regiões dos “guang”.

Entre os fons e maís, é vista como divindade hermafrodita, enquanto para os eués e minas, é às vezes considerada um vodum masculino, esposo da grande mãe das águas Mami Uata.

Quem é o Orixá Nanã

Nanã, também conhecida como Nanã Buruku, é venerada como a mãe de muitos orixás, sendo considerada uma figura materna e sábia. Ela personifica a lama primordial da criação e é associada à transformação e renovação.

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Características dos Filhos de Nanã

Os filhos de Nanã geralmente herdam sua sabedoria e paciência. São pessoas reflexivas, conectadas com a ancestralidade, e muitas vezes têm uma compreensão profunda das questões espirituais.

Arquétipos de Nanã

Nanã é frequentemente retratada como uma anciã sábia, usando vestes que simbolizam a lama da qual toda a vida se origina. Seus gestos são lentos e deliberados, representando a paciência necessária para entender os mistérios da existência.

Dia do Orixá Nanã

O culto a Nanã é celebrado em 26 de julho, data que coincide com o Dia de Santa Ana no sincretismo católico.

Sincretismo Católico

No sincretismo, Nanã é associada a Santa Ana, avó de Jesus. Essa fusão destaca a importância da ancestralidade e do papel de Nanã como guardiã da sabedoria.

Cores de Nanã

As cores associadas a Nanã são o lilás e o roxo, representando a espiritualidade, a transformação e a conexão com o divino.

Símbolos de Nanã

Nanã é simbolizada por uma espécie de cajado que representa sua ligação com a terra e sua capacidade de conduzir os mistérios da vida.

Elementos de Nanã

Seus elementos são a água estagnada e a lama, símbolos da fertilidade e do princípio da criação.

Domínios de Nanã

Nanã governa sobre a vida e a morte, sendo invocada em rituais de cura e renovação.

Saudação a Nanã

A saudação a Nanã é feita com respeito e devoção, muitas vezes acompanhada de cânticos e danças que honram sua presença.

Qualidades de Nanã

Nanã personifica a paciência, a sabedoria e a conexão com a ancestralidade. Suas passagens falam de sua participação na criação do mundo e na formação da primeira lama.

  • Nanã Abenegi: É a progenitora do Ibá Odu, que abriga Oxumarê, Oxossi Olodé, Oya e Yemanjá.
  • Nanã Adjaoci ou Ajàosi: Guerreira oriunda de Ifé, ocasionalmente confundida com Obá. Reside em águas doces e veste-se de azul.
  • Nanã Ajapá ou Dejapá: Guardiã das profundezas dos pântanos, temida pelo seu poder ligado à lama, morte e renascimento. Destaca-se como enfermeira, cuidando dos velhos, doentes e moribundos.
  • Nanã Asainan ou Asenàn: Dados indisponíveis para este caminho de Nanã.
  • Nanã Buruku ou Búkùú: Conhecida como Olú aiye (senhora da terra) ou Oló wo (senhora do dinheiro). Originária de Abomey, associada à água doce dos pântanos e veste-se com ibiri azul.
  • Nanã Iyabahin ou Lànbáiyn: Dados indisponíveis para este caminho de Nanã.
  • Nanã Obaia ou Obáíyá: Ligada à água e à lama, reside nos pântanos e usa contas de cristal e vestes lilás, proveniente do país Baribae.
  • Nanã Omilaré: Considerada a mais velha, possivelmente a verdadeira esposa de Oxalá. Associada aos pântanos profundos e ao fogo, veste musgo e cristal.
  • Nanã Savè: Veste-se de azul e branco, adornada com uma coroa de búzios.
  • Nanã Ybain: Temida como orixá da varíola, veste vermelho e alimenta-se diretamente na lagoa, dando origem a outros caminhos.
  • Nanã Oporá: Originária de Ketu, coberta de òsun vermelho, é mãe de Obaluaiyê, associada à terra, temida, agressiva e irascível.
  • Nanã Xalá: Fortemente associada ao Branco e a Oxalá.

Outros nomes, títulos ou qualidades incluem: Inselè, Sùsùré, Elegbé, Bíodún, ìkúrè, Asaiyó, etc.

Oferendas a Nanã

Ao orixá Nanã são oferecidos efó, mungunzá, sarapatel, feijão com coco e pirão com batata-roxa. Essa comida traz para as pessoas muita força. É bom ressaltar que Nanã é uma santa antiga e muito sábia.

Oriki de Nanã

Os orikis são cânticos de louvor. Um oriki de Nanã destaca sua posição como mãe da sabedoria e guardiã dos mistérios da vida.

Okiti Kata, Ekùn A Pa Eran Má Ni Yan
Olu Gbongbo Ko Sun Ebi Eje
Gosungosun On Wo Ewu Eje
KO Pá Eni Ko Je Oka Odun
A Ni Esin O Ni Kange
Odo Bara Otolu
Omi a Dake Je Pa Eni
Omo Opara Ogan Ndanu
Sese Iba O
Iba Iye Ni Mo Mo Je Ni Ko Je Ti Aruní
Emi Wa Foribale Fun Sese
Oluidu Pe O papa
Ele Adie Ko Tuka
Yeye Mi Ni Bariba Li Akoko
Emi Ako Ni Ala Mo Le Gbe Agada
Emi A Wa Kiyà Onile Ki Ile

Okiti Katala leopardo que mata um animal e o como sem assá-lo
Dono de uma bengala, não dorme e tem sede de sangue
Salpicado com Osun, seu traje parece coberto de sangue
Ele só poderá comer massa no dia da festa, se tiver matado algúem
Ele tem o cavalo, ele tem o quizo
Rio
Água adormecida que mata alguém sem preveni-lo
Filho de Opara
Orixá , respeito
Louvo a vida e não a cabeça
Venho prosternar-me diante do Orixá
Presto homenagem aos ancestrais
Aquele que tem frango, não depena vivo
Minha mãe estava primeiramente em Bariba
Eu o primeiro a poder usar a espada
Venho saudar o dono da terra para que ele me proteja

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Lendas de Nanã

1. A Criação da Lama Primordial
Há muito tempo, quando o universo era um vazio, Nanã, a sábia matriarca dos orixás, desceu à Terra. Com sua sabedoria ancestral, ela moldou a lama primordial que se tornaria a base de toda a criação. Cuidadosamente, Nanã esculpiu cada detalhe, trazendo à vida as formas mais rudimentares da existência. Assim, ela se tornou a guardiã da lama, símbolo da origem de toda a vida.

2. O Pacto com Olokun, Senhor das Águas Profundas
Nanã, em sua busca pela harmonia no universo, fez um pacto sagrado com Olokun, o poderoso senhor das águas profundas. Juntos, eles juraram preservar a ordem e o equilíbrio, cada um contribuindo com sua sabedoria única. Nanã, com sua ligação à terra, e Olokun, com seu domínio sobre as profundezas aquáticas, formaram uma aliança que sustentou a estabilidade no cosmos.

3. A Renovação Cíclica da Terra
Conta-se que Nanã, em sua conexão íntima com a terra, desempenha um papel vital na renovação da natureza. A cada ciclo, ela renova a terra, trazendo fertilidade e vitalidade. Em suas mãos, a lama que um dia moldou torna-se o instrumento da renovação, garantindo que a vida floresça continuamente. Essa lenda destaca Nanã como a guardiã não apenas da criação, mas também da renovação constante da terra.

Essas lendas, transmitidas de geração em geração, ressaltam a importância de Nanã como uma figura central na cosmogonia yorubá, destacando sua sabedoria, seu papel na criação e sua influência na ordem cósmica.

Como Cuidar do Orixá Nanã

O cuidado com Nanã envolve respeito, devoção e a busca pela sabedoria. Manter alta a espiritualidade é fundamental para a conexão com essa venerável divindade.

Número de Nanã no Jogo de Búzios

Nanã é associada ao número 9 no jogo de búzios, representando a espiritualidade e a transição.

Curiosidades

1. Qual é a essência de Nanã? A essência de Nanã é a sabedoria, a paciência e a conexão com a criação.

2. Por que ela é associada à lama? A lama representa o princípio da criação, e Nanã é a guardiã desse mistério.

3. Qual é a importância do culto em 26 de julho? Nesse dia, celebra-se o sincretismo de Nanã com Santa Ana, enfatizando a ligação entre o sagrado e o profano.

4. Como os filhos de Nanã expressam sua espiritualidade? Geralmente, expressam através da reflexão, da busca pelo conhecimento e da conexão com suas raízes ancestrais.

5. Qual a relação entre Nanã e a renovação da natureza? Nanã desempenha um papel vital na renovação cíclica da natureza, representando a constante transformação e renascimento.

Conclusão

Nanã, com sua sabedoria e ligação com a criação, é uma presença fundamental no panteão yorubá. Seu culto ressalta a importância da paciência, da reflexão e da busca pela sabedoria ancestral para uma vida equilibrada e espiritualmente enriquecedora.

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