Orixá Oxumarê História e Características

Orixá Oxumarê o senhor da ligação e dos ciclos, uma figura fascinante do panteão Yoruba, carrega consigo uma rica tapeçaria de mitos, rituais e significados...
Orixá Oxumarê História e Características
Orixá Oxumarê História e Características

O culto aos Orixás é uma tradição rica e diversificada, cada divindade carregando consigo uma narrativa única e características distintas. Entre essas deidades, destaca-se Oxumarê, uma figura que transcende os mundos, unindo o divino e o terreno. Neste artigo, mergulharemos na história e nas características fascinantes do Orixá Oxumarê.

Oxumaré (Òsùmàrè) é a personificação dos movimentos e ciclos que regem o universo. Sua importância é vital, pois o mundo depende da constante dinâmica dos eventos cósmicos e terrestres. Se Oxumaré perder suas forças, o fim dos ciclos significaria o fim do mundo como o conhecemos. O universo é um contínuo de mudanças e transformações, e Oxumaré é o guardião desses processos.

Oxumaré reside nos céus e visita a Terra através do arco-íris, símbolo de sua presença e renovação. Representado como uma grande cobra que envolve os domínios terrestres e celestiais, ele garante a harmonia e a perpetuação do universo.

Filho de Nanã Buruku, Oxumaré tem suas origens em Mahi, no antigo Daomé, onde é venerado como Dan. Em Ifé, é conhecido como Ajé Sàlugá, aquele que traz riqueza aos homens. Acredita-se que tenha sido um dos companheiros de Odudua em sua chegada a Ifé.

Oxumaré é frequentemente associado à dualidade, representando os ciclos da vida e da renovação. Embora seja descrito como homem e mulher, ele personifica o ciclo vital, onde a fusão dos opostos perpetua a existência. Oxumaré é reconhecido como um Orixá masculino.

Deus ambíguo e dual, Oxumaré transcende as dicotomias ao pertencer tanto à água quanto à terra, encarnando a união dos contrários que sustentam o universo e a vida. Ele simboliza a dualidade inerente a toda a existência: mortal no corpo, mas imortal no espírito. Oxumaré reflete a necessidade contínua de movimento e transformação.

Omulú, seu irmão mais velho, foi rejeitado por sua mãe devido a deformidades físicas. No entanto, a profecia do deus do destino prometeu a Nanã outro filho, tão belo quanto o arco-íris, mas fadado a viver distante dela, percorrendo incansavelmente o mundo. Assim nasceu Oxumaré, destinado a transcender fronteiras e perpetuar os ciclos da vida e da renovação.

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Quem é o Orixá Oxumarê

Oxumarê, frequentemente representado como uma serpente que forma um arco-íris com seu corpo, é o Orixá responsável pela renovação, transformação e pela ligação entre os reinos da terra e do céu. Sua dualidade simboliza a constante mudança na vida, o ciclo de renascimento e a conexão entre opostos.

Características dos Filhos de Oxumarê

Aqueles que carregam a energia de Oxumarê são frequentemente vistos como mediadores habilidosos, capazes de compreender as complexidades da vida e facilitar transformações positivas. Possuem uma espiritualidade intensa e uma capacidade única de transitar entre diferentes perspectivas.

Arquétipos de Oxumarê

O arquétipo de Oxumarê é intrinsecamente ligado à dualidade. Ele personifica a ideia de que, assim como a serpente troca sua pele, também podemos renovar nossas vidas e transcender desafios.

Dia do Orixá Oxumarê

O dia consagrado a Oxumarê é a terça-feira, quando os seguidores prestam homenagens e buscam sua orientação. As celebrações envolvem danças, cânticos e oferendas, todas dedicadas à serpente arco-íris.

Sincretismo Católico de Oxumarê

No sincretismo católico, Oxumarê é associado a São Bartolomeu. Esta fusão cultural destaca a adaptabilidade do candomblé em absorver e preservar suas tradições em diferentes contextos.

Cores, Símbolos e Elementos de Oxumarê

As cores associadas a Oxumarê são o verde e o amarelo, representando renovação e prosperidade. Seus símbolos incluem a serpente e o arco-íris, enquanto a água é um elemento vital, simbolizando a fluidez da vida.

Domínios de Oxumarê

Oxumarê rege sobre os ciclos da vida, a renovação, a regeneração da natureza e as transições. Seus domínios abrangem desde as chuvas revitalizantes até as mudanças em nossas próprias jornadas.

Saudação a Oxumarê

A saudação “Arroboboi!” ressoa como uma reverência à majestade da serpente arco-íris, invocando sua energia e presença protetora.

Qualidades de Oxumarê

  • Dan – Vodun conhecido e cultuado no Ketu como Oxumare, é a cobra primordial que desempenhou um papel crucial na criação. Representa uma qualidade benéfica associada à chuva, fertilidade e abundância, apreciando ovos e azeite de dendê. Como entidade humana, é reconhecido por sua generosidade, às vezes até extravagância.
  • Vodun Dangbé – Mais antigo que Dan, é considerado o pai de Oxumare e governa os movimentos dos astros. Possui uma intuição aguçada e é conhecido por sua sabedoria, distinguindo-se por uma natureza menos agitada em comparação com Dan.
  • Vodun Becém – Líder do terreiro de Bogun, veste-se de branco e empunha uma espada. Reconhecido como um guerreiro nobre e generoso, é menos impulsivo e superficial que Dan. Aido Wedo é uma manifestação de Oxumare conhecida em Bogun.
  • Vodun Azaunodor – Príncipe vestido de branco, residente do Baobá, associado aos antepassados; alimenta-se de frutas e segue a máxima “leva tudo de dois”.
  • Vodun Frekuen – Representa o aspecto feminino de Oxumare, personificado pela serpente mais venenosa, enquanto o aspecto masculino é frequentemente simbolizado pelo arco-íris.
  • O Orixá Oxumare é reconhecido por vários outros nomes tanto na África quanto no Brasil, refletindo cultos, lendas e tradições específicas de diferentes regiões. Alguns desses nomes incluem: Akemin, Botibonan, Besserin, Dakemin, Bafun, Makor, Arrolo, Danbale, Akotokuen, Kaforidan, Danjikú, Aido Wedo, Foken, Darrame, Averecy, Akoledura e Bakilá. Oxumare Araká é o nome de uma das mais antigas casas de candomblé na Bahia, o Ilê Axé Oxumare Araká.
  • Vodun Dangbé – Oxumaré mais antigo e tido como pai de Dan; governa os movimentos celestiais. Menos agitado que Dan, demonstra grande intuição e habilidade como adivinho.
  • Vodun Becém – Senhor do terreiro de Bogun, veste-se de branco e empunha uma espada. Becém é um guerreiro nobre e generoso, mais ambicioso e combativo que Oxumaré, mas menos afetado e superficial que Dan. Em Bogun, também é conhecido como Aido Wedo.
  • Vodun Azaunodor – O príncipe vestido de branco que reside no Baobá, associado aos antepassados; alimenta-se de frutas e segue o princípio “leva tudo de dois”.
  • Vodun Frekuen – Representa o aspecto feminino de Oxumaré, personificado pela serpente mais venenosa. O lado masculino de Oxumaré geralmente é simbolizado pelo arco-íris.

O Orixá Oxumare possui diversos outros nomes na África, como no Brasil. Como é comum a todos os Orixás, esses nomes referem-se a cidades, lendas ou cultos específicos de uma região determinada, cada um trazendo suas peculiaridades e costumes. Alguns desses outros nomes incluem Akemin, Botibonan, Besserin, Dakemin, Bafun, Makor, Arrolo, Danbale, Akotokuen, Kaforidan, Danjikú, Aido Wedo, Foken, Darrame, Averecy, Akoledura e Bakilá. Oxumare Araká é o nome de uma das casas de candomblé mais antigas da Bahia, o Ilê Axé Oxumare Araká.

Oferendas a Oxumarê

Abadô: Derivado do termo iorubá “àgbàdo”, que significa “milho”, o abadô é um prato composto por milho vermelho torrado e moído, combinado com farinha de mandioca, sal e açúcar. Às vezes, também inclui amendoim. Este alimento é oferecido a divindades como Obaluaiê, Oxumarê e Nanã, entre outros.

Abará: Originário do iorubá “abalá”, que se traduz como “bolo de arroz”, o abará é um bolinho feito de feijão-fradinho moído, camarão seco, cebola, temperado com azeite de dendê e pimenta, e cozido em folhas de bananeira, em banho-maria. É dedicado a Iansã, Obá e Ibeji.

Aberém ou abarém: Do iorubá “abe’rin” (onde “abe” significa “debaixo” e “rin” significa “úmido”), o aberém é uma iguaria destinada a Omolu e Oxumarê, preparada com milho ou arroz moído na pedra, envolto em folhas de bananeira e cozido no vapor. Às vezes, é servido com caruru e mel de abelhas.

Acaçá ou ecô: Feito com base em massa de milho branco ou vermelho, o acaçá é cozido e envolto em folhas de bananeira. É uma oferenda adequada para todos os orixás.

Acarajé: Popular e saboroso, o acarajé é um bolinho feito de massa de feijão-fradinho ralado, temperado com cebola ralada e sal, frito em azeite de dendê. Pode ser servido com recheio de vatapá e molho de camarão seco. Normalmente, é oferecido a Iansã, mas também é aceito por outros orixás.

Adó ou adum: Esta iguaria consiste em uma mistura de farinha de milho, azeite de dendê e mel de abelhas, tradicionalmente dedicada a Oxum, a orixá da água doce.

Aguidi: Originário do iorubá “àgìdí”, que significa “èko” ou “alimento sólido feito de milho”, o aguidi é um bolinho de milho vermelho amolecido, ralado e cozido com rapadura, envolto em folha de bananeira. Geralmente, é oferecido a Obaluaiê.

Ajabó ou caruru-branco: À base de quiabo e mel, este prato é dedicado a Iroko, o orixá do tempo, mas também é aceito por Xangô, Airá e outros orixás como uma súplica por misericórdia.

Amalá: Semelhante ao caruru, o amalá é preparado com pirão de farinha de arroz ou mandioca, quiabo, azeite de dendê, camarão seco e cebola. Geralmente, é oferecido a Xangô no candomblé. No Rio Grande do Sul, é comum usar o termo “amalá” para qualquer comida votiva oferecida a um orixá ou entidade.

Axoxô ou oxoxô: Este prato é feito com milho vermelho cozido e decorado com fatias de coco, às vezes complementado com mel ou melado de cana. Costuma ser oferecido a Oxóssi, Ogum, Olocum e Logunedé.

Cocada: Além de ser uma comida de Santo, a cocada é um prato típico brasileiro. Na umbanda, é usada como oferenda para entidades conhecidas como baianos e erês.

Deburu ou guguru: O deburu, do iorubá “gúgúrú” (que significa “milho seco frito”), é a pipoca oferecida a Obaluaiê e Omolu. Pode ser estourado no dendê ou no azeite doce.

Egbó: Egbó é o nome iorubá dado à canjica branca, uma comida votiva oferecida a quase todos os orixás e principalmente a Oxalá. É feita de milho branco cozido, ao qual podem ser adicionados elementos como água, banha de ori, mel e azeite doce, entre outros. Representa a reconciliação e a multiplicidade.

Ekuru: Outra comida associada à prosperidade e à multiplicidade nas religiões de matriz africana. Na Nigéria, é feita com inhame cozido amassado no azeite de dendê. No Brasil, é comum fazer com feijão-fradinho envolto em folha de bananeira.

Oriki de Oxumarê

Em louvor a Oxumarê, o Oriki é entoado, tecendo palavras que exaltam sua divindade e os ensinamentos que ele traz consigo.

Oriki fún Oxumare
Osumare A Gbe Orun Li Apa Ira
Ile Libi Jin Ojo
O Pon Iyun Pon Nana
O Fi Oro Kan Idawo Luku Wo
O Se Li Oju Oba Ne
Oluwo Li Awa Rese Mesi Eko Ajaya
Baba Nwa Li Ode Ki Awa Gba Ki
A Pupo Bi Orun
Olobi Awa Je Kan Yo
O De Igbo Kùn Bi Ojo
Okó Ijoku Igbo Elu Ko Li Égùn
Okó Ijoku Dudu Oju E A Fi Wo Ran

Oxumare permanece no Céu que ele atravessa com o braço
Ele faz a chuva cair na terra
Ele busca os corais, ele busca as contas nana
Com uma palavra ele examina Luku
Ele faz isso perante seu rei
Chefe a quem adoramos
O pai vem ao pátio para que cresçamos e tenhamos vida
Ele é vasto como o céu
Senhor do Obi, basta a gente comer um deles para ficar satisfeito
Ele chega à floresta e faz barulho como se fosse a chuva
Esposo de Ijo, a mata de anil não tem espinhos
Esposo de Ijoku, que observa as coisas com seus olhos negro

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Lendas de Oxumarê

1. A Jornada da Serpente no Céu e na Terra
Havia uma época em que o mundo era governado pela monotonia. Nesse período, Oxumarê, a serpente arco-íris, decidiu empreender uma jornada. Ele começou a subir pelos céus, pintando um arco de cores vivas com seu corpo. Quando alcançou o ponto mais alto, mergulhou de volta à terra, trazendo consigo a promessa de renovação. Desde então, cada vez que a serpente arco-íris atravessa o céu, sabemos que as mudanças estão chegando, trazendo consigo a oportunidade de renovação e crescimento.

2. A Troca de Pele e a Renovação do Mundo
Em tempos remotos, Oxumarê viveu em uma terra estéril, onde a vida estava fadada a definhar. Percebendo a necessidade de mudança, Oxumarê iniciou o ritual sagrado de trocar de pele. Enquanto sua antiga pele caía, revelava uma nova, vibrante e cheia de vitalidade. Esse ato não só renovou a própria vida da serpente, mas também trouxe vida de volta à terra estéril. Desde então, Oxumarê é celebrado como o portador da renovação e da fertilidade.

3. A Aliança com as Águas Sagradas
Oxumarê, fascinado pela fluidez e vitalidade das águas, decidiu formar uma aliança com os rios e oceanos. Em um ato de profunda conexão, ele mergulhou nas águas, fundindo-se com os elementos aquáticos. A partir desse momento, Oxumarê tornou-se o guardião das águas sagradas, representando não apenas a fluidez da vida, mas também a purificação e a vitalidade. Conta-se que, ao ouvir o som suave das águas, podemos sentir a presença benevolente da serpente arco-íris, nos guiando através dos fluxos da existência.

Cuidados com Oxumarê

A devoção a Oxumarê envolve rituais regulares, respeito pela natureza e a compreensão de que a vida é um ciclo contínuo de mudanças.

Número de Oxumarê no Jogo de Búzios

O número associado a Oxumarê é o seis, revelando insights sobre seu papel na vida do devoto durante leituras espirituais.

Curiosidades

1. Como posso me conectar melhor com a energia de Oxumarê? Para se conectar melhor com a energia de Oxumarê, é importante cultivar uma relação de respeito e harmonia com a natureza, pois Oxumarê é o orixá responsável por todos os movimentos e ciclos da vida. Práticas como meditação, dança, contato com elementos naturais como água e florestas, e reflexão sobre os ciclos de transformação podem ajudar a fortalecer essa conexão.

2. Quais são os rituais principais dedicados a Oxumarê? Os rituais dedicados a Oxumarê geralmente envolvem oferendas de alimentos como abará, acarajé, acaçá, frutas e doces, que são oferecidos em locais sagrados como rios e cachoeiras, em honra ao orixá. Além disso, danças, cânticos e rezas específicas são realizados para invocar a presença e receber as bênçãos de Oxumarê. O arco-íris é frequentemente utilizado como símbolo e elemento importante nessas cerimônias.

3. Oxumarê está associado a outras divindades? Sim, Oxumarê está associado a outras divindades em diferentes tradições religiosas. No candomblé, por exemplo, Oxumarê é frequentemente associado a divindades como Nanã Buruquê, Omolu e Obaluaiê. Em outras tradições africanas e afro-brasileiras, sua conexão com divindades como Iemanjá e Xangô também é reconhecida.

4. Qual é o significado simbólico da serpente arco-íris? A serpente arco-íris é um símbolo de Oxumarê que representa a dualidade e a transformação. Ela é associada à continuidade da vida e à renovação dos ciclos naturais, uma vez que Oxumarê é o orixá responsável por todas as mudanças e transições. O arco-íris simboliza a ligação entre o céu e a terra, entre o visível e o invisível, e é visto como uma ponte entre os mundos espiritual e terreno.

5. Como Oxumarê auxilia nas transições da vida? Oxumarê auxilia nas transições da vida através do seu poder de renovação e transformação. Como orixá dos ciclos e dos movimentos, ele ensina a importância da adaptação e da aceitação das mudanças. Oxumarê nos lembra que, assim como o arco-íris que se forma após a chuva, as transições e os momentos de dificuldade podem trazer oportunidades de crescimento e renovação. Ele nos inspira a encontrar equilíbrio e harmonia mesmo diante das adversidades.

Conclusão

Em um mundo repleto de dualidades, Oxumarê se destaca como um guia compassivo, oferecendo sua sabedoria e promovendo a renovação constante. Sua energia, simbolizada pela serpente arco-íris, nos lembra da beleza nas mudanças e da eterna conexão entre o céu e a terra. Que possamos nos inspirar na essência transformadora de Oxumarê, encontrando renovação e prosperidade em nossas próprias jornadas. Arroboboi!

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